Foi se o tempo em que um paciente apenas ouvia as recomendações do médico e, com o receituário em mãos, adquiria o medicamento. Segundo a pesquisadora Wilma Madeira, atualmente há maior interação nessa relação. “Com a internet, além do acesso às informações, os pacientes participam de comunidades virtuais. Isso os ajuda a estarem melhor preparados para interagir com o médico”, afirma Wilma. Formada em Comunicação Social, na área de comunicação e marketing, ela é autora de um estudo apresentado na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP sobre o tema.
Para realizar sua pesquisa, Wilma disponibilizou na internet um questionário, com foco no paciente, sobre o acesso que tinham a comunidades virtuais relacionadas a doenças. “O questionário foi divulgado em telecentros e associações hospitalares. Posteriormente, utilizei a análise de discurso para avaliar as respostas”, destaca a pesquisadora, lembrando que seu estudo é qualitativo. Ao todo, segundo Wilma, foram analisadas as respostas discursivas de 177 pessoas.
Além das análises dos discursos, a pesquisadora também participou de algumas comunidades virtuais na internet como observadora, analisando também seus conteúdos. Ao todo foram três as comunidades em que Wilma participou: uma composta de pessoas com hepatite C; a segunda, com pacientes que possuíam transtornos da tireóide; e a terceira, de pessoas saudáveis. “Foi importante observar o comportamento de pessoas acometidas de doenças epidêmicas que levam à morte, como é o caso da hepatite C. No caso da tireóide, trata-se de uma doença crônico degenerativa”, conta.
Mais tempo
De acordo com as observações de Wilma e pela análise das respostas nos questionários, ela aponta o que, para o paciente, seria a consulta ideal: “As pessoas querem que os profissionais dediquem mais tempo às consultas e que as olhem diretamente nos olhos”, diz. Nas comunidades virtuais, Wilma construiu uma escala de interação. Primeiro a entrada e observação dos diálogos e, posteriormente, a troca de informações.
De acordo com as observações de Wilma e pela análise das respostas nos questionários, ela aponta o que, para o paciente, seria a consulta ideal: “As pessoas querem que os profissionais dediquem mais tempo às consultas e que as olhem diretamente nos olhos”, diz. Nas comunidades virtuais, Wilma construiu uma escala de interação. Primeiro a entrada e observação dos diálogos e, posteriormente, a troca de informações.
De acordo com a pesquisadora, uma atitude muito comum atualmente é a pessoa, diante de um diagnóstico médico, consultar a internet. “Ao saber que foi diagnosticado com hipertensão, por exemplo, é comum um paciente digitar o termo em sites de busca”, observa Wilma. Outra atitude, que é a participação em comunidades virtuais, acaba gerando a ajuda mútua entre pessoas acometidas pela mesma doença. Todas estas informações, que acabam por gerar conhecimento, costumam ser levadas ao médico pelo próprio paciente, que terá mais interação com o profissional de saúde durante a consulta. “A maior interação, somada a um maior conhecimento sobre a sua doença, faz com que o paciente tenha maior participação em seu tratamento, o que irá gerar mais saúde”, aponta Wilma.
Direito ao prontuário
Wilma lembra que o prontuário médico deve ser acessível ao paciente. E isso está de acordo com o Constituição Brasileira. “Por lei, instituições e médicos estão obrigados a disponibilizar aos pacientes todas as informações sobre diagnósticos e tratamentos”, descreve. Porém, como ressalta a pesquisadora, poucos pacientes têm essa informação. Inclusive, de acordo com o novo Código de Ética Médica, como lembra a pesquisadora, “os médicos admitem que o paciente tem direito a uma segunda opinião.”
Wilma lembra que o prontuário médico deve ser acessível ao paciente. E isso está de acordo com o Constituição Brasileira. “Por lei, instituições e médicos estão obrigados a disponibilizar aos pacientes todas as informações sobre diagnósticos e tratamentos”, descreve. Porém, como ressalta a pesquisadora, poucos pacientes têm essa informação. Inclusive, de acordo com o novo Código de Ética Médica, como lembra a pesquisadora, “os médicos admitem que o paciente tem direito a uma segunda opinião.”
Ela conta que, a partir da década de 1990, algumas unidades de saúde passaram a disponibilizar o prontuário no próprio atendimento. “Era o chamado prontuário eletrônico”, lembra.
A internet, segundo a pesquisadora, facilitou mais ainda o acesso.
A internet, segundo a pesquisadora, facilitou mais ainda o acesso.
Hoje, a maioria dos laboratório já disponibiliza resultados de exames laboratoriais pela rede mundial de computadores, agilizando o acesso à informação. Em relação à classe médica, Wilma acredita que os resultados também têm sido positivos. “É mais saudável para o profissional de medicina que o paciente também participe do processo de decisão sobre sua doença. Apesar de boa parte dos médicos acreditarem que é válido o acesso à internet, outros acham o procedimento desnecessário e isso gerou alguns conflitos”, relata a pesquisadora.
O estudo Transformar é preciso: transformações na relação de poder estabelecida entre médico e paciente (um estudo em comunidades virtuais) foi apresentado no dia 3 de março de 2011, sob orientação do professor Fernando Lefèvre, do Departamento de Práticas em Saúde Pública, da FSP.
Fonte: Agência USP
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