domingo, 12 de setembro de 2010

Modernidade e os distúrbios do sono

Teoricamente, o dia poderia ser dividido em 8 horas para trabalhar, 8 para lazer e diversão e 8 para dormir e descansar, porém essa proporção, há muito tempo, está completamente dessincronizada. Ao longo dos últimos 40 anos, a duração auto-reportada do sono diminuiu cerca de 1,5 a 2 horas. A proporção de jovens e adultos com período de sono inferior a sete horas por noite aumentou de 15,6%, em 1960, para 37%, em 2002.
Segundo o Dr. Fausto Ito que atua na área dos distúrbios do sono há 13 anos, as queixas com relação ao ronco, à sonolência excessiva durante o dia, fadiga crônica e bruxismo estão cada vez mais frequentes nos consultórios odontológicos. Estudos realizados no Brasil com adultos comprovam que cerca de 45% da população do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte sofrem com a sonolência excessiva durante o dia por não conseguirem ter uma noite de sono com qualidade e horas suficientes.
De acordo com dados da American Academy of Sleep Medicine (AASM), o ronco afeta 24% das mulheres e 40% dos homens, especialmente os que estão acima do peso. Esses números tendem a aumentar após a menopausa e com o avanço da idade, atingindo 50% da população geral com mais de 50 anos. Estima-se que se o problema não for diagnosticado e tratado, metade das pessoas com ronco alto e frequente progride para apneia do sono num período médio de 5 anos.
Em recente artigo publicado na Revista Psique o Dr. Ito explicou que o ritmo de vida da nossa sociedade, cada vez mais intenso, ligado ao trabalho e a internet, acarreta enormes dificuldades para a recuperação da nossa capacidade física e mental. “O estresse, descuido com a alimentação e o sedentarismo são fatores importantes que interferem diretamente nesse processo e o resultado é o aumento alarmante de doenças crônico degenerativas como obesidade, infarto, derrames, diabetes tipo 2, além da depressão”.
A qualidade de sono ruim é responsável por graus variados de dificuldade de concentração, de aprendizado e lapsos de memória que ocorrem devido à má oxigenação do cérebro ao longo da noite de sono. O Dr. Fausto Ito afirma que essa situação compromete gravemente o rendimento intelectual seja na escola, faculdade ou trabalho. “O adulto com distúrbios do sono fatalmente, é mais lento, apresenta sensação persistente de cansaço, transtornos de humor e poderá ser rotulado de preguiçoso. No caso das crianças os sintomas mais comuns são sono agitado e hiperatividade. O quanto antes for diagnosticado o problema, maiores são as chances de se realizar o tratamento adequado e efetivo visando à qualidade de vida”. 
Fonte: Dental Press

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