A cultura do brasileiro continua atrapalhando a boa saúde, principalmente a da boca. Ir ao dentista se mostra um compromisso raro e lembrado apenas quando a dor é a grande motivação. Ou seja, prevenção é uma palavra quase inexistente. Essa rotina de fugir da cadeira traz consequências graves. Um dos problemas mais comuns atingem a gengiva dos pacientes.
Sem a limpeza correta, a gengiva começa a ficar irritada, até provocar uma inflamação. No início, são apenas sangramentos pequenos, mas, se não forem cuidados adequadamente, evoluem para quadros mais graves, como a perda do dente e da estrutura óssea. Para o presidente do Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Sul (CRO-RS), Joaquim Cerveira, trata-se de um problema que não tem mais motivo para acontecer.
– Basta ir regularmente ao dentista para evitar esses quadros. Nos últimos anos, houve muitas melhorias na odontologia. Os serviços já não são tão elitizados, e muitos procedimentos baixaram de preço. Além disso, há mais profissionais formados e capacitados no mercado, aumentando o acesso da população – ressalta.
Uma pesquisa realizada pela dentista Maria Beatriz J. Camargo com outros dois autores, para a dissertação de mestrado no Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), chegou a resultados que ligam o alerta. Em grupo de pessoas com alta escolaridade (12 anos de estudo), apenas 60% procuram um profissional de regularmente. O restante, apenas quando sente alguma forte dor.
No grupo com baixa escolaridade (quatro anos), o índice é ainda pior. Quase 90% só vão ao dentista para resolver alguma dor nos dentes ou na gengiva, e apenas 11% procuram o profissional com certa regularidade.
– No serviço público, em que o acesso é gratuito para todos, percebeu-se que quem tem mais escolaridade vai três vezes mais ao dentista do que os outros. Isso mostra a importância da instrução correta – acredita Maria Beatriz. A higiene incorreta é uma das causas mais comuns para a perda de dentes.
Benefícios para o paciente frequente
CONSULTAS REGULARES PODEM EVITAR:
Cárie: é a principal doença da boca, muito comum principalmente em crianças, mas é fácil evitá-la. A higiene diária impede que a cárie apareça, mas também é preciso ir regularmente ao dentista para a limpeza completa, que inclui as placas mais difíceis de serem removidas.
Doenças da gengiva: a falta de limpeza pode provocar uma pequena inflamação, que se manifesta com breves sangramentos. Se não é tratada a tempo, pode evoluir para casos graves, com a perda do dente e o comprometimento da estrutura óssea.
Problemas de posicionamento: muitos precisam de aparelhos ortodônticos para realinhar os dentes, principalmente por questões estéticas. Ir ao dentista com regularidade pode ajudar a antever o problema e facilitar o tratamento.
Dores: problemas comuns podem ter origem na boca. Apertar ou ranger os dentes (bruxismo) ou deficiências na formação bucal, por exemplo, podem provocar dor de cabeça. O dentista pode ajudar a perceber a origem de muitos problemas.
PERIODICIDADE DAS VISITAS
É comum ouvir falar que o correto é ir ao dentista a cada seis meses ou um ano, mas não é bem assim. O indicado é iniciar as visitas seguindo essa orientação, mas a regularidade será determinada pelo especialista. Algumas pessoas disciplinadas conseguem manter a higiene adequada e podem ficar muito tempo sem ir ao consultório. Outras, no entanto, precisam passar por tratamentos e devem ir com alguma frequência ao consultório.
Fonte: Zero Hora



















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