quarta-feira, 9 de julho de 2008

O lanche na escola: a boa escolha faz a diferença

A base para a maioria de nossas preferências alimentares e, conseqüentemente, para o nosso estado nutricional, é estabelecida relativamente cedo na vida.
Assim, é claro que essas escolhas por determinados alimentos, ou seja, esses padrões de alimentação iniciados na infância podem afetar nossa saúde e nosso bem-estar para o resto de nossas vidas.
Geralmente não se dá muita atenção à merenda, aquela refeição leve que a criança costuma levar de casa, ou mesmo adquirir na escola, para comer durante o recreio. Por falta de tempo, ou até por uma cômoda omissão, digamos, no máximo os pais se preocupam com o valor nutritivo dos alimentos. No entanto, precisamos nos convencer de que a hora do o lanche é um momento precioso para se formar e manter os bons hábitos de alimentação. E essa postura inclui também a precaução com os dentes e o incentivo adequado para a mastigação, importante estímulo do crescimento facial.
O cuidado com a qualidade e textura do lanche que a criança leva para a escola, além de contribuir com a formação de hábito alimentar saudável, ainda traz o benefício dos exercícios mastigatórios para o desenvolvimento da boca e da face.
Procure colocar na lancheira do seu filho frutas, como maçã, pêra, pêssego; vegetais, como cenoura, erva-doce, pepino – alimentos duros e fibrosos, que estimulam a mastigação e são altamente benéficos para a musculatura da boca, articulação da fala e desenvolvimento dos ossos onde os dentes se assentam.
Alimentos aderentes e pastosos, como bolo, bolacha, iogurtes, pão com geléia, flocos de milho, salgadinhos - não ajudam a musculatura e ainda favorecem o aparecimento da doença cárie. Quanto mais aderente e pegajoso o alimento, pior, uma vez que seus restos permanecem nas ranhuras dos dentes, onde a escova não alcança. Pães macios também deixam muitos resíduos, além de não estimularem a mastigação.
Bom lembrar que, normalmente, a criança não tem possibilidade de escovar os dentes após o lanche. O perigo dos doces está ligado à freqüência e à consistência do mesmo aliada à impossibilidade de higienizar a boca após seu consumo.
O mesmo perigo oferecem os refrigerantes açucarados, que igualmente são cariogênicos, sendo que alguns deles podem representar um perigo a mais para a saúde e integridade dos dentes, por alcançarem tal teor de acidez que, com o uso freqüente, causam erosão e desmineralização do esmalte dentário. O consumo de refrigerantes, até por isso, deve ser disciplinado, para evitar criar hábitos enraizados, patamar em que a criança fica tão acostumada, que não aceita outro tipo de líquido, como água, sucos ou chá.
Dessa forma, é recomendável evitar que a criança leve refrigerante para o lanche ou que o adquira na cantina da escola.

Por outro lado, há certos alimentos que influem diretamente na boca, de maneira positiva. A banana e o coco, por exemplo, contêm lecitina, substância que reduz o nível de colonização dos estreptococcus (bactérias causadoras da doença cárie), porque causa a sua aglutinação, reduzindo a sua permanência na boca, o que diminui a probabilidade de cárie. Alimentos como: framboesa, morango, ameixas frescas, alface, couve-flor, cogumelo, castanhas, são ricos em xylitol, substância que também diminui a quantidade de bactérias. O xylitol afeta o metabolismo dos microorganismos, destruindo-os e tornando o ambiente menos favorável ao aparecimento da cárie.
Uma alimentação equilibrada pede uma oferta de fibras; dessa forma, trocar eventualmente os pães brancos por integrais é uma boa opção para melhorar a alimentação da criança e deixá-la saciada por mais tempo. Isso porque a fibra tem um grande poder de saciedade. Frutas com bagaço e casca também se encaixam em fontes de fibras.
Uma merenda que contenha esses elementos, incluindo frutas ou vegetais mais duros e fibrosos, além de ser classificada como excelente em termos nutricionais, ajuda o desenvolvimento da face, levando a uma musculatura equilibrada e desenhando uma boca saudável e bonita.
Alimentos mais duros estimulam o desenvolvimento correto das arcadas. Além disso, maçãs e cenouras favorecem a auto-limpeza da boca: deixam poucos resíduos e ajudam na remoção de outros restos de comida.
Na lancheira, o ideal seria a entrada de maçã, pêra, pêssego. Por estranho que possa parecer à primeira vista, a criança poderá se acostumar a levar cenoura, pepino ou erva-doce – vale dizer, alimentos duros. Não é aconselhável a freqüência do bolo, da bolacha, do pão com geléia ou salgadinhos.
É preciso, e nessa fase mais do que nunca, que seja redobrada a atenção para que a mastigação se exercite plenamente, a fim de que o padrão mastigatório se desenvolva de maneira adequada.
Fonte: Profª. Drª. Maria Cristina Ferreira de Camargo – Odontopediatria
Dr. João Luiz Ferreira de Camargo França - Ortodontia

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