
O cirurgião e hipnólogo Marcelo Martins Moreira diz que usa a técnica de hipnose em cerca de 60% de seus pacientes. "É uma técnica natural e que, em alguns casos, pode substituir a anestesia química. Sua eficácia é comprovada e é preciso quebrar os mitos", afirma.Uma das novidades na aplicação da hipnose é a hipnoanalgesia -união da técnica com a analgesia, procedimento em que o paciente é anestesiado inalando óxido nitroso e oxigênio.Segundo João Roberto Ferreira da Rosa, presidente da Associação Brasileira de Analgesia e Sedação Consciente, quando o paciente inala o óxido nitroso e o oxigênio, ele fica levemente sedado e, por isso, mais suscetível à indução pela palavra."Então, com o polegar na testa do paciente, o dentista começa a sugerir que ele mentalize locais mais bonitos, mais calmos, mais aconchegantes e, aos poucos, ele vai entrando em transe hipnótico e acaba relaxando completamente, facilitando bastante o tratamento", afirmou Ferreira.
Durante a sessão, o paciente é monitorado por um oxímetro, que indica a pulsação, a pressão arterial e a saturação de oxigênio. Segundo Rosa, qualquer pessoa pode ser hipnotizada, desde que acredite na técnica e confie no profissional.O cirurgião Luís Augusto Passeri, responsável pela cirurgia bucomaxilofacial da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), não usa a hipnose em seu consultório, apesar de reconhecer que o método funciona. "A técnica é boa, é útil, mas não tem aplicação universal porque nem todo mundo se deixa hipnotizar. Além disso, perde-se muito tempo, e não dá para aplicar como procedimento de rotina", diz Passeri.
Miguel Nobre, presidente do Conselho Federal de Odontologia, disse que em uma enquete realizada pelo conselho, o uso das terapias complementares (como a hipnose, a acupuntura e a homeopatia) foi aprovado por 91% das 47.714 pessoas que responderam a pesquisa."Isso mostra que existe um movimento a favor das terapias complementares. Nunca ouvi dizer que homeopatia, hipnose e acupuntura fizessem mal. Ninguém pode ser contra alguma coisa que venha para o bem do paciente", afirmou Nobre.
Fonte: Folha de São Paulo
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