sábado, 4 de dezembro de 2010

Encontro internacional na FOB discute erosão dentária

A Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP promove entre os dias 20 e 22 o encontro internacional Erosion 2010, para discutir a erosão dentária. Organizado pelas professoras Ana Carolina Magalhães e Marília Buzalaf, da FOB, o evento permitirá o intercâmbio de informações sobre o diagnóstico e tratamento do problema, que tem alta prevalência nos países desenvolvidos. No Brasil, a erosão dentária ainda é pouco estudada, apesar da incidência crescente entre a população.
Erosão é uma perda de estrutura do dente causada pela acidez, que pode ter origem externa (alimentação muito ácida, com refrigerantes, limão, vinagre) ou interna (caso de quem tem refluxo, por exemplo, e que, por isso, pode ter ácidos gástricos na boca). Pode causar desde sensibilidade e perda de brilho, nos estágios iniciais, até amarelamento e deformação, nos casos mais graves.
Segundo a professora Ana Carolina, nos últimos anos observa-se um aumento na incidência do problema. “Enquanto as cáries, que sempre foram o maior problema dentário, vêm se tornando menos comuns graças à melhor higiene bucal, a erosão vem crescendo”, destaca. “Em países desenvolvidos, há uma prevalência alta de erosão na população. No Brasil, ainda é entre baixa e média, mas há dez anos atrás, nem se falava sobre o assunto.”
Entre as razões para esse aumento, Ana Carolina aponta a mudança nos hábitos alimentares da população, que hoje consome mais alimentos ácidos (como os refrigerantes ou sucos de frutas cítricas). Há especialistas que associam o problema também à maior longevidade dos dentes que, portanto, ficam mais tempo expostos. Mas é difícil analisar precisamente um assunto que só começou a ser notado recentemente.
Diagnóstico
A ideia de realizar o Erosion 2010 surgiu da necessidade de debater mais a questão e dar a profissionais e acadêmicos uma oportunidade de trocar informações. “Além disso, o evento contribui para dar à USP uma maior visibilidade internacional”, ressalta a professora Ana Carolina.  Serão 12 palestrantes brasileiros e seis estrangeiros, de universidades europeias e norte-americanas, falando sobre aspectos diversos da erosão dentária – processo químico envolvido, diagnóstico, relação com outras doenças. Como não há palestras simultâneas, os participantes poderão assistir a todas. Haverá também mesas redondas abordando mais subtemas.
De acordo com Ana Carolina, o assunto da erosão é muito comentado, mas ainda pouco estudado. A consequência é que muitos dentistas não estão preparados para diagnosticar e tratar a erosão. Ao contrário da cárie, por exemplo, não há parâmetros estabelecidos e difundidos entre todos os profissionais da área para determinar quando a erosão atinge um nível patológico, como realizar o tratamento, como prevenir que aconteça, entre outros aspectos.
Por isso, muitas das pessoas que têm erosão nem sabem disso e não tomam os cuidados necessários para que a doença não evolua. “Escovar os dentes logo depois de consumir um alimento ácido como refrigerante, por exemplo, agrava a erosão, mas pouca gente sabe disso”, cita Ana Carolina Magalhães. Há também outros cuidados para quem tem erosão, como escovar o dente com uma escova com cerdas macias, usar pasta dental pouco abrasiva e com muito flúor, mascar chiclete após as refeições para estimular a salivação (que controla a acidez da boca e protege o esmalte do dente) e consultar um dentista periodicamente.
As inscrições para o Erosion 2010 podem ser feitas pelo site do evento (http://www.fob.usp.br/erosion2010/ ), que também tem mais informações sobre os palestrantes e a programação. O preço para se inscrever varia de US$ 100,00 a US$ 200,00. A FOB fica na Alameda Octávio Pinheiro Brisola, 9-75, Bauru.

Fonte: Agência USP

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