domingo, 4 de julho de 2010

Pesquisadores suecos investigam microflora bucal

Buscando investigar os ecossistemas orais de pacientes que apresentavam hipossalivação induzida por radiação, Almståhl e colegas da Suécia desenvolveram estudos com 13 pacientes dentados que haviam completado a terapia radioativa entre 6 e 8 meses. Para analisar a flora microbial de regiões bucais específicas desses indivíduos, os pesquisadores compararam-nos com um grupo controle, formado também, por 13 pessoas.
Segundo o artigo "Microflora in oral ecosystems in subjects with radiation-induced hyposalivation" que aguarda publicação no Oral Diseases, as regiões investigadas pelos autores foram: microflora da língua, mucosa bucal, vestíbulo, placa supragengival e região subgengival. As análises foram feitas através de amostras duplicadas e técnicas de cultivo. Também foram realizados exames clínicos nos participantes.
Desta forma, os autores identificaram a presença de diferentes organismos nos indivíduos analisados. De acordo com a publicação, a Candida albicans "foi achada em um ou mais regiões em 54% dos sujeitos submetidos à terapia de radiação e em 15% dos controles". Vale destacar que em três pacientes do grupo que sofreu radiação esta bactéria foi encontrada em todos os locais investigados.
Os pesquisadores afirmam ter encontrado ainda inesperadamente em todos os indivíduos do grupo que passou por radiação enterococos, sendo que em 38% deles havia um número elevado dessa bactéria. Por outro lado, "nenhum dos controles hospedava enterococos", dizem.
Outros dois organismos também foram identificados através das análises bucais dos participantes, Lactobacillus spp. e estreptococos mutans. O primeiro – Lactobacillus spp. – foi observado na placa supragengival de 92% dos indivíduos que foram submetidos à radiação, sendo o número e proporção extremamente altos nesses sujeitos quando comparados com os controles. Já o segundo – estreptococos mutans – foi identificado "em altos números em 31% dos sujeitos que sofreram radiação, enquanto eles não foram detectados em 23%".
Assim, "os resultados microbiais explicam porque alguns sujeitos que sofreram radiação têm uma susceptibilidade aumentada a doenças bucais", afirmam os pesquisadores. A pesquisa mostra também que análises microbiais de regiões específicas são instrumentos de diagnóstico importantes que ajudam no planejamento da prevenção da saúde bucal de pacientes que foram submetidos à terapia de radiação.
Fonte: Odontocase/Dental Press

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