O laser de baixa intensidade e o ultrassom são boas alternativas para amenizar a dor causada pela disfunção temporomandibular (DTM), melhorando muito a qualidade de vida dos pacientes. De acordo com uma pesquisa realizada na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP) da USP tanto o laser como o ultrassom podem ser considerados bons recursos fisioterápicos de apoio no controle das dores ligadas a DTM.
A dentista Thaíse Carrasco, autora de uma tese de doutorado sobre o tema, conta que a DTM engloba vários problemas clínicos ligados a musculatura mastigatória, as articulações temporomandibulares e estruturas associadas. “A disfunção é caracterizada por ruídos articulares, limitação da mandíbula e, principalmente, dores nas articulações e músculos da face e é considerada a principal causa de dor não dental na região orofacial”, explica. Segundo a dentista, as causas são múltiplas e multifatoriais e, em geral, estão associadas ao estilo de vida moderno. “Acredita-se que o estresse seja o principal desencadeante, além de fatores como bruxismo, trauma na região da cabeça e pescoço, má-postura e má-oclusão”, aponta.
A DTM leva a um quadro de dor crônica. Essas dores não chegam a ser incapacitantes, porém incomodam muito quem tem a disfunção. “Tenho pacientes que relatam que sentem dores nas articulações e nos músculos da face durante todo o dia, e isso algumas vezes chega a atrapalhar as atividades do dia a dia”, conta o professor Marcelo Mazzetto, da FORP, que foi o orientador da pesquisa de doutorado de Thaíse.
Participaram do estudo 30 pacientes — a maioria mulheres — com idades entre 15 e 45 anos. A triagem foi feita no Serviço de Oclusão e Disfunção da Articulação Temporomandibular (SODAT) da FORP. Os pacientes foram divididos em três grupos, de acordo com o grau de disfunção: 10 receberam aplicações de laser, 10 de ultrassom e as 10 restantes ficaram no grupo controle (não receberam nenhum tipo de intervenção). Foram feitas 2 aplicações por semana, durante 4 semanas, nos músculos denominados masseter e temporal (da região da face). Os participantes foram avaliados por meio de questionário antes do início das aplicações, após o término das 8 sessões e depois de 30 dias da última aplicação.
O laser de baixa intensidade é um feixe de luz que é aplicado nos músculos da face. Esse feixe tem efeito analgésico e anti-inflamatório e, ao ser aplicado, atinge os tecidos e alivia a dor. O ultrassom é uma onda de calor que provoca a vasodilatação dos tecidos, também amenizando a dor.
“O objetivo do estudo era avaliar se essas terapias seriam eficazes no alívio da dor e se contribuiriam para a melhora na qualidade de vida das pacientes. Também queríamos comparar os dois tratamentos para saber qual seria mais efetivo”, afirma Thaíse.
Métodos eficazes
Os resultados mostraram que não houve diferença significativa entre o grupo que recebeu sessões de laser e o de ultrassom. A melhora na qualidade de vida foi bastante significativa nos dois grupos, além do controle da dor.
Os resultados mostraram que não houve diferença significativa entre o grupo que recebeu sessões de laser e o de ultrassom. A melhora na qualidade de vida foi bastante significativa nos dois grupos, além do controle da dor.
A pesquisa Avaliação das terapias a laser de baixa intensidade e ultrassom no tratamento da disfunção temporomandibular e qualidade de vida foi apresentada no último dia 26 de março, na FORP. O estudo teve apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Imagens cedidas pelo professor Marcelo Mazetto
Fonte: Agência USP
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