terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pesquisadores relacionam obesidade à bactéria presente na boca

A obesidade, assunto bastante discutido e tema de inúmeras pesquisas, está ligada à alimentação, falta de exercícios, uso de medicamentos, entre outros fatores. Mas recentemente, um estudo feito no Instituto Forsyth, em Boston, nos EUA, com participação brasileira, encontrou forte associação entre a ocorrência de obesidade e a bactéria Selenomonas noxia, encontrada na boca.
O estudo envolveu 313 pacientes saudáveis do sexo feminino, que apresentavam sobrepeso ou obesidade de nível 1 (circunferência de cintura entre 80 e 88 centímetros). Os resultados, de acordo com o Groppo, apontaram um grau elevado da presença do micro-organismo em mais de 90% das mulheres.
A pesquisa foi desenvolvida por Max Goodson, com a participação do professor Francisco Carlos Groppo, da FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
De acordo com Groppo, "a bactéria foi encontrada em quantidade muito superior ao normal nas pessoas obesas, a tal ponto que seria possível identificar um indivíduo obeso simplesmente pela presença de certa concentração dessa bactéria em sua boca".
Ele explicou ainda que este é o primeiro estudo que relaciona a obesidade a uma bactéria. "Sabemos que várias outras doenças têm implicação direta com bactérias da boca".
Este agente é encontrado, geralmente, em pacientes com periodontite. "Ela não surge do nada. Para se fixar, precisa de condições especiais, que envolvem uma sequência de eventos distintos", explicou Groppo, que também é pesquisador na área de Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica da FOP.
Mesmo diante desta descoberta, o pesquisador afirma que ainda não é possível tirar conclusões definitivas, uma vez que não se sabe se é a bactéria que causa a obesidade ou a patologia provoca a alta concentração da bactéria.
A Selenomonas noxia é do mesmo grupo de micro-organismos que, no ano passado, foram encontrados no intestino e estavam relacionados à obesidade. "Além disso, ela está associada também a abortos".
"Talvez o organismo dos obesos possa gerar nutrientes específicos para essa bactéria, fazendo com que ela se multiplique além do normal. Também é possível que a bactéria produza substâncias químicas na boca que, uma vez absorvidas, poderiam aumentar a sensação de fome", complementa Groppo.
O estudo terá continuidade, mas desde já Groppo alerta para a importância e necessidade em se ter cuidados com a saúde bucal. "É preciso frisar para a população em geral a necessidade de procurar atendimento odontológico. Esse estudo é mais uma mostra de que a saúde começa pela boca".
Fonte:http://www.odontologiahoje.com.br/

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