domingo, 23 de novembro de 2008

Ronco e apnéia: diagnóstico precoce evita evolução do quadro

Teoricamente o sono é o período em que o corpo aproveita para descansar e repor as energias gastas durante o dia. No entanto, isso não se torna verdade para aqueles que sofrem de distúrbios do sono, como o ronco e a apnéia. O que poucos sabem é que, ainda que esse tipo de doença não possa ser evitado, o diagnóstico, quando realizado no início, contribui para que os distúrbios não evoluam para problemas mais graves.Há alguns anos, o hábito de emitir sons durante o sono era considerado normal, principalmente no caso dos homens. Hoje, de acordo com a neurologista e médica do sono do Instituto do Sono, Anna Karla Smith, roncar não pode mais ser considerado normal e a procura por um especialista deve ser feita logo no início da descoberta."O ronco é um sinal de alerta, já que a maioria dos casos evolui para apnéia", observa a especialista. Segundo Anna Karla, o tratamento da doença diagnosticada de forma precoce evita que o problema evolua. "O tratamento se torna mais tranqüilo quando é constatado apenas o ronco, por exemplo, é mais fácil de acompanhar a evolução do problema", comenta."Certamente o principal problema do ronco e da apnéia é a má qualidade do sono. Em alguns casos as pessoas despertam várias vezes na noite mesmo sem perceber", revela a médica do sono. Além disso, a sonolência diurna, a perda progressiva da memória, a irritabilidade e, em alguns casos, a depressão são outras conseqüências sérias da doença.Já que não há como prevenir estes distúrbios do sono, o ideal é que se consiga, pelo menos, controlar os fatores que contribuem para sua existência. Realizar atividades físicas, como caminhada e natação, para diminuir o peso e aumentar a caixa torácica é uma das formas de manter um sono saudável.No entanto, nos casos genéticos, quando já se nasce com problemas físicos na região da respiração, a doença é inevitável. Para estas pessoas, a dica é procurar um especialista, de preferência um médico do sono, assim que for constatado o ronco.
O processo de roncar se dá com o estreitamento das vias aéreas, que pode ocorrer devido a alguns fatores genéticos ou hábitos de vida. À medida que esse canal se torna estreito, o espaço para o ar passar fica menor e com isso ouve-se uma vibração, o chamado ronco.Já a apnéia consiste em um grau mais avançado do fechamento das vias aéreas, ou seja, uma dificuldade total do ar chegar ao pulmão. Esse problema é detectado quando a respiração é interrompida por mais de 10 segundos. A apnéia pode ser central (quando o cérebro não emite sinais normais para que o ar chegue até o pulmão) ou obstrutiva (quando o canal das vias aéreas é fechado devido a outros fatores).
O diagnóstico do ronco e da apnéia é feito por meio da polissonografia, exame que avalia o sono e suas variáveis fisiológicas. A gravidade do problema é definida de acordo com a quantidade de vezes que o sono é interrompido durante o descanso. E, felizmente, na maioria dos casos, principalmente nos diagnosticados mais cedo, o tratamento garante a volta da qualidade na vida do paciente.No caso do ronco e das apnéias de nível leve, tratamentos com aparelhos orais têm ganhado importância, pela facilidade de adaptação e eficácia. Isso é o que explica a cirurgiã dentista especializada em periodontia e distúrbios do sono, Cristiane Vivanco. "O aparelho intra-oral posiciona a mandíbula da pessoa mais para frente, e com isso o paciente consegue dormir melhor sem os problemas".A técnica, que já existe há mais de 20 anos, possibilita que a passagem do ar na garganta fique desobstruída, mas só é indicada para os casos de ronco primário e apnéia leve. O tratamento tem ganhado importância e credibilidade junto aos especialistas do sono, chegando a atingir 87% de eficiência.Porém, a eficácia do tratamento depende da manutenção, garante a especialista. Cristiane explica que se não houver um acompanhamento médico no mínimo uma vez ao ano pode ocorrer alterações de oclusão (alterações na mordida) na pessoa. "Não existe nenhum efeito colateral, mas nos casos em que não há ajuste também não há eficácia", diz.
O tratamento é contra-indicado para pacientes que usam próteses total, mais conhecida como dentadura, ou ainda com doença periodontal (dentes com mobilidade).Outra dica fundamental é a higiene do sono, conforme esclarece a especialista. "É importante não realizar atividades físicas, evitar o consumo de álcool e cigarro e não se alimentar próximo do horário de dormir", completa.
10 mandamentos para uma boa noite de sono
1. Ter um horário regular para dormir e despertar
2. Ir para cama somente na hora de dormir
3. Manter um ambiente saudável
4. Não fazer uso de álcool antes de dormir
5. Não fazer uso de medicamentos sem orientação médica antes de dormir
6. Não exagerar em cafés, chás e refrigerantes
7. Realizar atividades físicas em horários adequados e nunca próximo ao horário de dormir
8. Jantar moderadamente e em horário adequado
9. Não levar problemas para a cama
10. Realizar atividades repousantes e relaxantes após o jantar
Fonte: Repórter Diário

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